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Como o cooperativismo entrega o que os bancos não entregam (e a realidade deixa isso claro)

MARCELO VIEIRA MARTINS - Diretor executivo da Unicred União e autor de livros sobre cooperativismo
MARCELO VIEIRA MARTINS - Diretor executivo da Unicred União e autor de livros sobre cooperativismo


Por muito tempo, o cooperativismo de crédito foi tratado como um ator secundário no sistema financeiro. Era comum associar prestígio aos grandes bancos, não às cooperativas. Mas essa percepção não resiste a uma análise honesta dos números e da realidade de milhares de municípios brasileiros. No ano passado, as cooperativas cresceram 21% em ativos, muito acima dos 13% registrados pelo sistema financeiro tradicional.

Enquanto os bancos reduzem presença física e concentram operações, as cooperativas fazem o movimento inverso: avançam, se fazem presentes e ampliam o acesso a serviços financeiros. Isso impacta profundamente a vida real das pessoas.

A seguir, três razões que explicam como o cooperativismo gera soluções que os bancos, simplesmente, não conseguem entregar.

 

1. Onde entra uma cooperativa, o crédito fica mais barato

Estudos do Banco Central mostram um padrão inequívoco: a presença de uma cooperativa em uma região leva bancos tradicionais a reduzir suas taxas. É o efeito da concorrência real. Não aquela dos discursos, mas a que surge de instituições que operam com foco direto na comunidade.O resultado é que todo o mercado melhora, não apenas os cooperados.

 

2. O essencial vai além da tecnologia: resolve a vida financeira das pessoas

O diferencial das cooperativas se vê no dia a dia. Elas atendem por WhatsApp, mantêm salas físicas onde bancos fecharam agências, enviam o gerente até o cooperado e resolvem demandas com agilidade e autonomia.Nos pequenos municípios, são muitas vezes a única porta de acesso ao sistema financeiro, algo que aplicativo nenhum substitui.Afinal, inovação não é só oferecer soluções digitais: é proximidade e capacidade de entender a realidade de cada lugar.

 

3. A inclusão financeira distribui oportunidades

Mais de metade dos municípios brasileiros já conta com uma cooperativa de crédito. Onde elas chegam, cresce o número de pessoas bancarizadas, o crédito chega aos pequenos negócios e a economia local ganha fôlego.O avanço das cooperativas não é somente econômico: é social. Ele reduz desigualdades e amplia oportunidades em regiões historicamente negligenciadas pelo sistema financeiro tradicional.

 

Num sistema financeiro ainda concentrado e distante de boa parte da população como o brasileiro, o cooperativismo de crédito prova diariamente que é possível combinar eficiência, proximidade e desenvolvimento local.

Se quisermos mais inclusão financeira, o caminho não precisa ser inventado. Ele já existe. E passa, necessariamente, pelas cooperativas de crédito.

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