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A importância do PDGC para as cooperativas


Por Ivan Ramos, diretor executivo FECOAGRO
Por Ivan Ramos, diretor executivo FECOAGRO

A gestão nas cooperativas catarinenses avança de forma concreta, contribuindo para o aumento da credibilidade do sistema e dos resultados entregues aos associados. Recentemente, o SESCOOP/SC oportunizou aos dirigentes das cooperativas a chance de visualizar o quanto a gestão evoluiu após a implementação do PDGC – Programa de Desenvolvimento da Gestão das Cooperativas. 


Criado pela OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e coordenado nos estados pelas organizações estaduais — em Santa Catarina, pela OCESC — o PDGC vem se mostrando uma ferramenta essencial para o aperfeiçoamento do cooperativismo. Mesmo sendo um programa de adesão voluntária, as diferenças já são notáveis entre as cooperativas que aderiram desde o início, as que estão ingressando agora e, principalmente, aquelas que ainda não participam. 


No evento promovido pelo SESCOOP/SC, foi dada a oportunidade para todas as cooperativas aderentes do estado participarem. Das 106 cooperativas participantes em 2022, o número subiu para 121 em 2023, mas apenas 91 estiveram presentes no encontro. Foram cerca de 300 participantes, entre presidentes, gestores executivos e operadores do programa. Mesmo com todas as despesas pagas pelo SESCOOP para facilitar o acesso, ainda houve cooperativas que não enviaram representantes. 


Quem ainda não participa do PDGC não imagina o que está perdendo para o futuro de sua instituição. Algumas alegam autossuficiência na gestão; outras, evitam o desafio de se submeter aos mais de 80 questionamentos exigidos pelo programa, que visam exatamente o aprimoramento das ações internas. 

Importante destacar que participar do PDGC não é apenas buscar uma premiação, mas sim promover a melhoria da gestão cooperativista.


As palestras realizadas durante os dois dias de evento demonstraram que a gestão nas cooperativas exige atenção a inúmeros detalhes que, muitas vezes, passam despercebidos diante da rotina ou da resistência de alguns dirigentes. 

É comum que só se perceba a importância de programas como esse quando surgem crises, motivadas pela falta de alinhamento com as práticas modernas de administração. Aí, como diz o ditado, “o cavalo passou encilhado” e a oportunidade foi perdida. 


O PDGC pode ser comparado a uma pós-graduação em gestão cooperativista, dentro de uma nova fase do próprio SESCOOP no Brasil. Se o surgimento do SESCOOP contribuiu com recursos para formação, capacitação e educação dos dirigentes e colaboradores, o PDGC é um passo além, com foco em resultados e excelência administrativa. 

Contudo, das mais de 250 cooperativas existentes em Santa Catarina, apenas 121 aderiram ao programa e menos de 100 participaram do evento que apresentou análises de resultados e palestras sobre temas estratégicos. Um dos temas de maior impacto foi a governança e a sucessão nas cooperativas. 


O palestrante responsável abordou um ponto delicado: a sucessão na liderança. Muitos dirigentes evitam o assunto — por apego ao cargo, receio de perder protagonismo ou por enxergarem o cargo como meio de vida. No entanto, o palestrante alertou que a sucessão não significa descontinuidade, mas sim garantia de perenidade e renovação com responsabilidade. 


Com frases marcantes e reflexões, ele provocou os participantes: 

“A humildade contribui para a longevidade; a paciência vale ouro numa gestão; a ajuda edifica, enquanto a crítica destrói; e todos têm sua própria história dentro de uma organização.” 


Sem dúvida, essa palestra mexeu com a consciência de muitos dirigentes, mesmo que nem todos tenham comparecido — justamente os que mais precisavam ouvir. 


Entre todas as palestras do encontro, a de governança e sucessão foi, provavelmente, a mais impactante. E aqui cabe lembrar uma frase famosa, mas sempre verdadeira: “Quem não faz no amor, faz na dor.” 


Pense nisso. 


Fonte: Fecoagro 

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