Por uma liderança mais assertiva e sustentável no agronegócio brasileiro

Por: Luís Gaião e Paulo Hayashi

O Agronegócio Brasileiro tem desempenhado um papel crucial na economia brasileira, pois empregou mais de 28 milhões de pessoas, representando cerca de 23,5% do PIB - Produto Interno Bruto - do país em 2024.  Outro aspecto relevante refere-se às modificações que o Setor vem vivenciando ao longo das últimas décadas. São diversas transformações que envolvem inovações, sustentabilidade e gestão e a interseção entre estes aspectos vem aumentando ao longo do tempo.

No que se refere à inovação, nota-se o uso de máquinas, equipamentos e tecnologias mais modernas e autônomas, tais como:  agricultura de precisão, uso de big data para maior produtividade, uso de alternativas biológicas para combate de pragas, fertilizantes e defensivos com fórmulas mais adequadas, entre outros.  Sobre à sustentabilidade, percebe-se as diversas iniciativas desde a mitigação de práticas nocivas, como eliminação da queima da cana antes da colheita, até o maior cuidado com a recuperação e fortalecimento do solo, cuidados com as reservas legais (RL) e áreas de preservação permanente (APP), busca por menos emissões de carbono, maior aproximação com as comunidades etc.

Já em relação à gestão, o foco é no fortalecimento da relação entre o líder, seus liderados e a equipe. Uma nova forma de liderar que incluí melhor capacidade de comunicação assertiva, uma postura sustentável através de resultados focados no Triple Bottom Line (TBL), - Ambiental, Econômico e Social. O que acaba gerando um círculo virtuoso (Figura 1) que serve de base para o modelo do Líder Assertivo Sustentável (LAS).

Figura 1 – Círculo Virtuoso do Líder Assertivo e Sustentável

Fonte: Elaboração própria

Os pilares deste modelo são explicados a seguir.

Assertividade

Refere-se as práticas e atitudes de comunicação e diálogo baseadas no respeito individual, mas sem esquecer das preocupações com os resultados e obrigações.  É fundamental a harmonia, sem descambar para nenhum extremo de intolerância ou descuido dos números e das pessoas. Ser assertivo demais ou de menos pode prejudicar os negócios e as relações sociais. Assim, a assertividade abrange também uma maior autocompreensão sobre si mesmo, reconhecendo seus pontos fortes e as oportunidades de melhoria, e a sua capacidade de mobilizar e engajar as pessoas nos desafios diários. A assertividade pode ser comparada com a quantidade de tempero em um molho: se estiver em excesso, pode dominar o prato. Se é muito pouco, não faz diferença, tornando-o insosso. Isto fornece uma boa noção que uma quantidade equilibrada de assertividade no ambiente organizacional é base para alcance dos resultados almejados.

Postura Sustentável

A postura sustentável do líder abrange o respeito à diversidade, seja de opiniões, religião, etnia ou gênero, a atuação ética e íntegra, sendo exemplo positivo onde atua, a maior compreensão e respeito a todas as pessoas envolvidas no dia a dia da empresa. Ou seja, na atenção a todos os stakeholders. É a preocupação em manter a produtividade e a motivação elevada ao longo do tempo. 

Triple Bottom Line (TBL)

Este conceito faz parte do movimento da Sustentabilidade, foi apresentado por John Elkington nos anos 90 e utilizado nos dias atuais. O foco além de ser nos resultados econômicos, garantidores da existência da empresa e possibilitador da implementação do seu papel, ocorre simultaneamente e com mesma importância nos resultados ambientais e sociais, como desenvolvimento das pessoas, atuação segura, condições dignas de trabalho, práticas salariais justas etc.

Reflexão Final

Num cenário do Agronegócio, que desempenha um papel de destaque na economia e que se encontra em plena transformação, o Líder Assertivo Sustentável (LAS) surge como uma opção agregadora e fortalecedora na renovação do agronegócio brasileiro. Uma forma de se manter alinhado com os novos tempos, bem como de vir ao encontro das demandas do mercado e de uma sociedade cada vez mais justa e sedenta aos esforços de aprimoramento.