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Mais uma vez o agro em segundo plano no Brasil

Atualizado: 10 de mar.


O tema pode parecer repetitivo, mas é necessário comentá-lo sempre: a discriminação para com o agro no Brasil. Todos reconhecem a importância desse setor para o país. Sabemos que, além de produzir alimentos para o Brasil e o mundo, ele é fonte geradora da maioria das atividades econômicas, tanto no campo quanto nas cidades. Porém, na hora de tomar alguma decisão, pressionado pela falta de recursos, o primeiro a ser afetado é o agro. 


Há poucos dias, vimos isso novamente. O governo federal, sem muita análise das consequências e, muito menos, sem ouvir os setores envolvidos — como o Ministério da Agricultura, por exemplo —, resolveu suspender a liberação dos financiamentos para a agricultura no meio da safra, sob o argumento de que o orçamento não havia sido aprovado pelo Congresso Nacional. 


Imediatamente após a notícia, os parlamentares da Frente da Agropecuária vieram a público contestar a afirmação governamental. Eles deram sua versão dos fatos: o motivo real seria que o governo está perdido, gastando o que não tem em programas sociais descontrolados, com gastos exagerados em todas as esferas. E, quando os recursos faltam, corta verbas do agro — justamente o segmento que mais gera movimento econômico e consequente arrecadação de tributos. Querem matar a galinha dos ovos de ouro. 


Ninguém é contra auxiliar os necessitados, mantendo programas sociais, mas é preciso dar o passo conforme a perna alcança. Reduzir outros gastos do governo, enxugando a máquina pública, as mordomias das elites e os benefícios dos controladores do “sistema”, não pode; mas afetar aqueles responsáveis pelo setor produtivo, sim. Isso demonstra que o atual governo está perdido e na contramão do que prometeu na campanha eleitoral. 


Esse comportamento leva à conclusão de que, a cada medida tomada, quando recebe pressão popular, o governo muda tudo. Erro de comunicação e de prioridades nas decisões. Cortar financiamentos para médios e grandes produtores, forçando-os a buscar recursos com custos mais elevados e beneficiando o sistema bancário, é induzi-los à falência, pois a rentabilidade do setor não comporta juros de mercado. Ainda assim, o governo quer baratear os preços dos alimentos com medidas dessa natureza? Pelo contrário, os preços irão subir ainda mais, pois a falta de produtos, causada pela inviabilidade econômica da produção, só tende a reduzir a oferta de alimentos. 


Uma visão equivocada dos governantes. Assumir compromissos sociais sem capacidade de bancá-los acaba prejudicando a todos e, num futuro não muito distante, o dinheiro também faltará para os programas sociais. Ajudar quem precisa, sim, mas não eternamente, apenas para manter o cabresto do voto dependente do Bolsa Família. 


O país precisa gerar empregos e garantir independência financeira à população, e não apenas dar o peixe em vez de ensinar a pescar. Será que os famosos controladores do “sistema” não enxergam isso? Ou estão apenas olhando para o próprio umbigo, sem preocupação com o futuro do país? 


E os intelectuais, os formadores de opinião, a mídia e os políticos acham que a água do poço nunca vai secar? Se não houver nenhum controle agora, chegará um momento em que o país entrará em caos, e a revolta social será inevitável. Até mesmo os aposentados, os funcionários públicos com estabilidade, o sistema financeiro e outros segmentos sentirão a importância de um setor multiplicador de resultados, como é o agro. 


Pense nisso! 


Fonte: Fecoagro 

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