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Industrialização no cooperativismo

Vanir Zanatta - Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)
Vanir Zanatta - Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)

A opção estratĆ©gica das cooperativas de Santa Catarina pela industrialização da produção primĆ”ria – grĆ£os, lĆ”cteos, carnes, frutas etc. – representa um dos movimentos mais ousados e transformadores da história econĆ“mica do Estado. Ao perceber que o campo nĆ£o poderia permanecer restrito ao papel de mero fornecedor de matĆ©rias-primas, as lideranƧas cooperativistas estruturaram um complexo agroindustrial robusto, capaz de organizar a produção, agregar valor e garantir renda Ć s famĆ­lias rurais. Essa visĆ£o antecipada rompeu com o antigo paradigma de dependĆŖncia e inaugurou um modelo de desenvolvimento que alcanƧou resultados sociais e produtivos inĆ©ditos no PaĆ­s.


A industrialização cooperativa nasceu da necessidade concreta de oferecer ao pequeno e médio produtor condições reais de competir nos mercados nacional e mundial. A partir de uma política consistente de assistência técnica, financiamento de insumos, incorporação de tecnologias e difusão do conhecimento científico, as cooperativas criaram as bases para um ambiente rural moderno, dinâmico e inovador. O setor que, no passado, convivia com incertezas e improvisos, passou a operar com planejamento, escala, previsibilidade e segurança econÓmica.


Essa transformação teve efeitos profundos. Ao elevar a renda e melhorar as condições de vida no campo, o cooperativismo contribuiu decisivamente para fixar o homem no meio rural, ampliar o acesso a serviços essenciais e impulsionar o desenvolvimento regional. A eletrificação rural, a habitação, o saneamento, a mecanização agrícola e a adoção de equipamentos de última geração são frutos diretos da ação integrada das cooperativas ao longo de décadas.


O grande oeste catarinense, outrora isolado e economicamente frÔgil, encontrou no cooperativismo uma resposta sólida para seus desafios estruturais. A tradição cultural das etnias colonizadoras, a topografia acidentada e a predominância de minifúndios criaram um cenÔrio propício à cooperação, que rapidamente se consolidou como ferramenta de proteção econÓmica, defesa política e fortalecimento social. Hoje, o ramo agropecuÔrio responde pela maior parcela do PIB cooperativista do Estado e sustenta um agronegócio altamente competitivo, marcado pela presença de tecnologias avançadas que vão da biotecnologia à inteligência artificial.


A decisão histórica de industrializar a produção primÔria não apenas agregou valor aos alimentos catarinenses, mas consolidou um modelo de desenvolvimento sustentÔvel, orientado pela eficiência, pela competitividade e pelo compromisso com o bem-estar coletivo. Nesse ambiente, o conhecimento compartilhado tornou-se diferencial estratégico, essencial para enfrentar mercados globalizados e mudanças tecnológicas aceleradas.


A experiência catarinense demonstra que cooperar não é apenas uma alternativa econÓmica, mas um instrumento de transformação social. A industrialização promovida pelas cooperativas reafirma a atualidade e a força desse modelo, que segue inspirando investimentos, guiando decisões e moldando o futuro do desenvolvimento regional.


Fonte: OCESC

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