As pendências do agro para 2026
- Editora Expressão
- há 4 dias
- 2 min de leitura

Por Ivan Ramos, Diretor Executivo FECOAGRO
Estamos entrando no último mês do ano de 2025, com o farol voltado para 2026. Neste ano, embora com menos problemas do que em anos anteriores no agro, estamos terminando com pendências que precisarão ser enfrentadas no início do próximo ano.
Em um país onde o próprio governo federal critica o setor, misturando posições ideológicas com produção agrícola e resultados econômicos, as atividades no campo continuam avançando em produtividade, apesar da indiferença dos governantes.
O mundo reconhece o Brasil como uma potência no agro e reconhece também o nosso avanço tecnológico nessa área, enquanto internamente continuam sendo tomadas medidas eleitoreiras que afetam os produtores rurais — ignorando que, sem eles, o país estaria bem pior economicamente e, por consequência, socialmente.
Afinal, todas as pessoas de bom senso sabem que o agro movimenta outros setores da economia, gera tributos e proporciona desenvolvimento. Se o agro vai bem, o comércio, a indústria, a prestação de serviços e até a arrecadação de tributos também vão. Somente o governo federal não está enxergando isso.
Dentre tantos problemas enfrentados neste ano, nas áreas climatológica e de mercado, decisões governamentais estão provocando desestímulo e redução de atividades no campo. Pelas versões disponíveis — e estimuladas pelo próprio governo federal — o caso da importação de leite, do arroz e agora até da tilápia são exemplos concretos. Em nome de beneficiar consumidores urbanos, e até de acordos internacionais discutíveis, são tomadas medidas que afetam o nosso campo. Estão querendo matar a galinha dos ovos de ouro.
Ações ideológicas e supostamente de interesse ambiental estão desestimulando as atividades agropecuárias. E o setor político, nos parlamentos, parece ter pouco valor. Fazem-se audiências públicas — no Estado e em Brasília —, parlamentares se pronunciam nas tribunas e na mídia em favor dos setores afetados, como é o caso do leite e do arroz, que são os problemas do momento, em que os produtores estão pagando para produzir, e nenhum resultado positivo concreto aparece.
Nossa representação política está frágil, especialmente no Congresso Nacional. No próximo ano, que está logo ali, teremos eleições em diversos níveis da política, e será a vez de selecionarmos melhor nossos representantes — priorizando aqueles que conhecem o setor, os problemas do nosso Estado e as nossas necessidades.
Precisamos eleger políticos de peso, cujas posições repercutam entre os demais parlamentares, na mídia — que também influencia — e no Poder Executivo, que toma decisões. Caso contrário, será sempre assim: cada vez que surge um problema no agro, lá vão os produtores, através de suas entidades, de pires na mão, pedir providências aos governos — que quase sempre agem com viés ideológico e pouco racional.
Em nosso país, pesa quem fala mais e quem tem mais força econômica. Os mais frágeis ficam sempre a reboque, pagando a conta.
Portanto, é hora de refletirmos e, nos próximos anos, enfrentarmos com mais representatividade nossos interesses — que não deixam de ser os interesses da população e do país.
Pense nisso!










Comentários