Intercooperação: a Chave para a Autonomia e Sustentabilidade Econômica do Cooperativismo

Por Rosalvi Monteagudo

A intercooperação, sexto princípio cooperativista reconhecido internacionalmente, é mais do que uma diretriz ética: é a estratégia essencial para garantir a autonomia e a sustentabilidade econômica do cooperativismo no século XXI.

Enquanto muitos buscam respostas fora do sistema, a verdadeira força do cooperativismo está dentro dele mesmo, na cooperação entre suas próprias organizações. Quando cooperativas de diferentes ramos e tamanhos se articulam de forma planejada — compartilhando recursos, conhecimento, serviços e mercados — criam uma rede de apoio mútuo capaz de enfrentar qualquer crise.

A intercooperação rompe com a lógica da fragmentação e promove a integração solidária. Ela fortalece as bases financeiras, amplia a escala das soluções, reduz custos operacionais e impulsiona a inovação. Ao mesmo tempo, permite que cooperativas menores se desenvolvam com o apoio das maiores, garantindo equidade e justiça econômica dentro do sistema.

Mais do que nunca, é urgente transformar esse princípio em prática estruturada. Criar plataformas de intercooperação, fundos de solidariedade e sustentabilidade, redes de serviços compartilhados e sistemas de governança conectados é o caminho para consolidar a autonomia cooperativista diante de um mercado hostil e um Estado muitas vezes ausente.

A intercooperação é a resposta cooperativista para os desafios contemporâneos. Ela nos lembra que, juntos, podemos mais — e que a verdadeira força do cooperativismo está na união concreta entre seus próprios agentes.