
Valores aprendidos na infância, como simplicidade, parceria e companheirismo, moldaram a trajetória de Vanir Zanatta, o novo presidente do Sistema OCESC, eleito recentemente em Assembleia Geral Ordinária. Natural de Jacinto Machado (SC), estudou em Joinville, onde se formou em Contabilidade e completou pós-graduação em Administração de empresas e administração de cooperativas. Filho de uma família de nove irmãos, Zanatta iniciou sua jornada na roça, retornando ao campo após o casamento. Seu pai, sócio-fundador da Cooperativa Agroindustrial de Jacinto Machado (Cooperja), o inspirou a seguir a carreira de produtor rural.
Ao se tornar sócio da Cooperja, foi imediatamente eleito conselheiro fiscal e, a partir de 1990, assumiu a presidência da cooperativa. Desde então, Vanir tem se dedicado ao cooperativismo, buscando constante aprendizado. Sua trajetória culminou na presidência do Sistema OCESC, refletindo uma vida dedicada ao cooperativismo e ao desenvolvimento comunitário. “Um líder tem que se preparar de forma constante, porque não sabe o dia que o trem vai parar na sua frente para embarcar em uma nova oportunidade na vida. E é assim que precisamos estar: preparados”, enfatiza.

Qual dica o senhor daria para quem está começando e deseja ser um líder no segmento cooperativista?
Não parar de se preparar nunca. Não é só estudar na faculdade, é ler livros, viajar, trabalhar com pessoas. Não deixar de estar presente nos eventos, palestras e oportunidades de se capacitar. Outra coisa que eu acho fundamental é a postura das pessoas que querem ser líderes. Tem que ter postura na vida profissional, na vida familiar, na vida em sociedade. Se estou aqui hoje, é porque eu me achei preparado para atender a OCESC no momento em que ela me chamou.
Dentro do sistema cooperativista, quais foram ou são as suas maiores inspirações?
O meu pai sempre falava de cooperativa. E tínhamos a Cooperja sendo uma boa cooperativa na nossa cidade quando estávamos crescendo. Depois que entramos no sistema, começamos a ver líderes como o senhor Aury Bodanese, no oeste, na Aurora. Por várias vezes, fomos visitar e conversamos com ele para que também viesse para o sul fazer o trabalho desenvolvido lá. Outra pessoa com quem conversei muito durante meu início foi o senhor Irineu Manke, o primeiro presidente da OCESC, organização que ele ajudou a fundar em 1971. Também tive como mentor, amigo e tio o senhor Paulo Marcon. Ele estava como presidente da Coopersulca quando assumi a Cooperja e me deu muitos conselhos. Posso citar os três como pessoas com quem conversei bastante e que me inspiraram muito.
Na sua visão, quais os principais desafios a serem enfrentados no sistema cooperativista?
De imediato, o desafio é fazer com que o associado conheça mais sobre o trabalho desenvolvido dentro da OCESC e do SESCOOP/ SC. Mostrá-la como uma organização que faz um bom serviço junto aos parlamentares na defesa dos direitos das cooperativas, para que não haja leis que venham a prejudicar o sistema, o ramo agropecuário, o crédito, a infraestrutura. Esse é um grande desafio que a gente já relatou no conselho administrativo da OCESC, para que consiga chegar ao campo mostrando e informando os nossos associados sobre tudo que a OCESC faz em defesa do cooperativismo.
De que forma o senhor avalia o crescimento do cooperativismo nos dias atuais?
O crescimento está ótimo! O ramo agropecuário depende muito do preço dos produtos, mas tem crescido. Se você pegar uma média de dez anos, vai ver um crescimento fantástico. O crescimento do cooperativismo de crédito também é bastante importante, acima de dois dígitos nos últimos dez anos. O crescimento do ramo de infraestrutura, em números de associados, em atendimento, em trabalhos sociais dentro das comunidades, também é notável.
Nossa projeção é chegar a 2027 com R$ 150 bilhões de faturamento. Hoje, estamos com R$ 85 bilhões. Tenho certeza de que conseguiremos chegar lá, gerando mais resultados, tributos para o governo, resultado para os nossos associados e com o sistema crescendo e desenvolvendo Santa Catarina.
Falando sobre as iniciativas ESG, que são muito presentes nas cooperativas, de que forma a OCESC incentiva o sistema a devolver ações de sustentabilidade?
O ESG é necessário. Hoje, as cooperativas já fazem isso, e o sistema cooperativo está muito preocupado com essas pautas. O Programa de Desenvolvimento da Gestão das Cooperativas (PDGC), desenvolvido pelo SESCOOP/SC, apoia as cooperativas nesse sentido. Com ele, trabalhamos todos os processos do aspecto social, ambiental, financeiro e de compliance. Estamos com 119 cooperativas atuantes no programa, e isso já é um bom número. Queremos atingir, até 2025, 100% das 249 cooperativas registradas na OCESC.
Fonte: Revista Líderes de Expressão (agosto) - Editora Expressão
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